Publicação: “Público”

Data: 11 de Maio de 2014

 

 

Campeonato Nacional 2014

Taça de Portugal 2014

 

Provas

 

 

Parte I

1

Parte II

 

 

Parte I

2

Parte II

 

 

Parte I

3

Parte II

 

 

Parte I

4

Parte II

 

 

Parte I

5

Parte II

 

 

Parte I

6

Parte II

 

 

Parte I

7

Parte II

 

 

Parte I

8

Parte II

 

 

Parte I

9

Parte II

 

 

Parte I

10

Parte II

 

 

 

 

 

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2014

 

PROVA Nº 4 (PARTE II)

 

MISTÉRIO EM NOITE DE LUAR

Autor: Rip Kirby

 

Era uma formosa noite de Janeiro. Estava frio, é verdade, mas no céu não se via uma nuvem e lá no alto, embora já se aproximando do Ocaso, a Lua Cheia iluminava a Terra com a sua luz pálida.

Cerca das 05h00m da madrugada, mais minuto menos minuto, alguém, não identificado, telefonou para a esquadra de Polícia informando que em determinado andar de um prédio situado em certa rua tinha acontecido um crime. O informante disse que ouvira um tiro.

Chegado ao local o piquete da Polícia, depois de tocar a campainha e não obtendo resposta, resolveu arrombar a porta.

Efectivamente foi encontrada uma jovem estendida no chão, entre um sofá e uma mesa de centro, tendo no temporal direito o ferimento provocado por uma bala. A arma usada, uma pequena bareta havia sido atirada para debaixo de um móvel. Sobre a mesa, atrás referida, encontrava-se um balde com pedras de gelo já meio fundido e uma garrafa de champanhe aberta com o conteúdo intacto. Havia também dois copos próprios para o consumo da bebida referida.

O tiro fora disparado de muito perto pois o ferimento, além de outros sinais característicos dessa circunstância, tinha os bordos queimados e sinais de pólvora. O derramamento de sangue, devido à cauterização do ferimento, não tinha sido muito grande.

A vítima envergava roupas caras, mas bastante ousadas. Nas costas de um sofá repousava, como que atirado para ali ao acaso, um casaco de peles. Junto do casaco estava uma bolsa no interior da qual foram encontrados os documentos da vítima. Tratava-se de uma cidadã mexicana de nome Marga Romero que trabalhava como stripper num clube noturno da cidade.

Tão depressa quanto foi possível a Polícia iniciou as investigações. No clube, onde trabalhava a jovem, informaram que ela havia saído do estabelecimento pouco depois das 04h30m. Saíra sozinha, mas o porteiro informou que na rua alguém a esperava num carro. Ainda, por informações obtidas no clube, soube-se que a jovem naquela noite confraternizara com quatro clientes já bastante conhecidos cujos nomes foram fornecidos. Ainda não eram dez horas já a polícia havia interrogado os quatro indivíduos sinalizados.

Amílcar Cardoso, técnico de informática, declarou ter saído do clube com o seu vizinho e colega de trabalho cerca das seis horas da madrugada. Saíram tão tarde, ou cedo, porque era Sábado e não iriam trabalhar.

Óscar Afonso, técnico de informática tal como o seu vizinho, confirmou as declarações do seu colega.

António Fonseca, Inspetor aposentado da PJ, actualmente trabalhando como detective particular. Convidou os investigadores a entrarem. Disse que de facto estivera no clube naquela noite, mas tinha saído cedo, cerca das 04h30m. Até tinha trazido de lá uma garrafa de champanhe pois pensava em telefonar a uma garota para lhe ir fazer companhia, mas não conseguira contactar com ela. Acabara por não beber o champanhe e ficar sozinho.

Enquanto um dos agentes recolhia as declarações o outro deu uma volta pela casa que até nem era muito grande, um quarto, uma cozinha e uma saleta de entrada. Este agente informou mais tarde o colega de que não tinha visto nada de anormal, nem sequer qualquer sinal de bebidas alcoólicas.

José Jeremias conhecido por “O Morcego”, não tinha profissão conhecida, mas nunca lhe faltava dinheiro. Irritado com o interrogatório afirmou desabridamente, que saíra do clube era já quase dia. Normalmente era sempre o primeiro cliente a entrar e o último a sair.

Todas estas declarações foram confirmadas pela gerência do Clube.

O médico legista que, contra o que é habitual, compareceu no local do crime pouco depois da chegada da polícia, depois de examinar a vítima, afirmou que a morte deveria ter ocorrido bastante perto da hora a que foi dado o alarme pois o corpo ainda não se encontrava frio.

Depois destas investigações a polícia depressa concluiu quem tinha sido o assassino. E os meus amigos quem acham que foi?

 

A – José Jeremias

B – Amílcar Cardoso

C – António Fonseca

D – Óscar Afonso

 

© DANIEL FALCÃO