CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2014
PROVA Nº 9 (PARTE II)
CHAMAVA-SE TOTÓ…
Autor: Jogador Santos
Olá.
Chamo-me Totó. Não se riam porque
esse nome é mesmo o meu, foi-me posto pelo meu pai e ele teve as suas razões,
certamente muito válidas.
Nasci em Lisboa e o meu pai era e
ainda é um apaixonado por tudo o que seja jogo, tem tabelas e lógicas para
apostar aqui e ali e nunca falha um bom desafio. Para tudo ser perfeito para
ele, vi a luz do dia, exactamente no mesmo dia em
que o jogo baseado nos resultados de futebol, viram essa mesma luz. Daí ao
nome, foi um pequeno passo!
Mas houve mais, para mal dos meus
pecados, os primeiros anos da minha existência foram marcados por apresentar
um aspecto bem rotundo, assemelhando-me a uma
bolinha, que só ajudava ao ambiente trocista em que fui obrigado a viver.
Mas voltando à
minha primeira aparição nesta terra, o meu pai como bom apostador, como já
referi, não deixou passar a oportunidade de tentar a sua sorte, como depois
foi sempre fazendo, com este e com todos os outros jogos que se seguiram e
sempre se gaba, quando o assunto é jogo, que em todas as primeiras edições de
qualquer dos jogos legais que em Portugal apareceram, sempre ganhou prémios!
E isso era a demonstração da sua enorme qualidade como apostador!
Na verdade, ninguém se recordava se tal
sorte era mesmo verdadeira, mas se fosse realmente assim, também era certo
que nunca ganhara grande coisa, grandes prémios, bem pelo contrário, que a
nossa vida jamais foi desafogada e a minha mãe muitas vezes amaldiçoava o
jogo como responsável por muitas das dificuldades sentidas.
O meu pai era, naqueles anos em que o
recordo na fase da minha infância, uma pessoa com quem se podia brincar, a
minha mãe chamava-lhe irresponsável, mas para mim era um camarada brincalhão,
sempre com uma piada, uma paródia, uma anedota…
Benfiquista até ao tutano, cedo me
tentou aliciar para o clube da águia, mas nós, miúdos, não conseguimos seguir
a lógica dos adultos e… acabei dragão!
Mas dele nunca recebi qualquer crítica
ou remoque sobre a minha opção juvenil, que se arrastou até hoje e certamente
continuará até ao fim. Dizia ele que era normal que os miúdos se apaixonassem
pelos perdedores, que nessa época lá para os lados do Douro não se festejavam
títulos. Mas para mim a explicação era outra, um dragão era muito mais
apelativo do imaginário que uma simples águia…
Dizia ele, com o seu melhor sorriso
malandro:
- Sabes, quando nasceste, naquele dia
mesmo, tive um prémio razoável no jogo e por isso te dei o nome que tens. Não
foi um grande prémio mas como acertei todos os outros jogos, podia ser muito
maior se não fosse o meu benfiquismo…
- Puseste o Benfica a ganhar e ele
não ganhou, foi?
- Não, claro que o pus a ganhar e ele
ganhou mesmo.
- Então foi o Sporting ou o Porto que
não puseste a ganhar?
- Foi, pus os dois a perderem, como
bom benfiquista que sempre fui! Mas como nasceste tu, fui amplamente
recompensado! Já tinha esgotado a minha dose de sorte desse dia e claro que
não te trocava pelo prémio maior, pelo 13, nem que ganhasse sozinho…
Sorriu com o seu melhor sorriso
malandro e nesse momento, quase acreditei plenamente nele!
A – O prémio do jogo terá sido
razoável, como ele diz;
B – O
prémio do jogo terá sido bem maior do que ele diz;
C – O prémio terá sido
mais pequeno do que ele diz;
D – Não terá havido
prémio do jogo para ele.
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