Publicação: “Público”
Data: 14 de Dezembro de 2014
Campeonato Nacional 2014
Taça de Portugal 2014
Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2014
SOLUÇÃO DA PROVA Nº 10 (PARTE I)
O ASSASSINATO DE MAMÃ D.
FLORIPES
Autor: M. Constantino
Marta, a vizinha do lado e amiga da assassinada,
fez um depoimento esclarecedor, ainda que, com ele, atendendo ao facto do
culpado ou culpada ser pessoa conhecida, ela própria e Pedro serem os
principais suspeitos… mas algo (que neste momento o nosso inteligente
investigador não relacionou) surgiu e seria a flecha apontada directamente ao assassino.
Assim, continuou as diligências e,
foi só quando compilava os elementos para o relatório, ao estudar as
informações dos telefonemas, que o indício revelador lhe atravessou o cérebro
com uma força avassalante: a mudança do número de telefone, para evitar as
impertinências de Pedro, tinha sido efectuada nessa
manhã, pouco antes das 9 horas, só o operador (que não cabe na categoria dos
que conheciam a existência do cofre, para mais inocentado pelo porteiro que
atesta não ter entrado ninguém estranho), sabia o novo número do telefone,
que a vítima não divulgou nem usou, excepto Rod, que o copiou quando esteve presente, telefonando de
Santarém. Ele, de facto, não sabia que o número fora mudado antes de lá
estar, logo… tiro no pé! Foi encontrado o “quem”. Falta encontrar o “como”,
não como cometeu o crime num compartimento fechado, este facto é irrelevante
pois o criminoso fechou a porta à chave e deixou esta na caixa do correio
para retardar a descoberta do corpo. Interessa conhecer como entrou no
edifício, à revelia do porteiro.
O leitor não desconhece que o miúdo Rod tinha uma técnica secreta de entrar do edifício e em
casa para assaltar o frigorífico. Veja-se o enigma: porque foi chamado o
porteiro duas vezes à cabine? Antes Rod fazia o
mesmo, tinha sempre dinheiro, usava o telefone de uma loja para o efeito e
depois o de casa. Agora procedeu do mesmo modo, usou o telemóvel ligando o
número da cabine, o porteiro levantou-se e foi atender sem resposta,
entretanto abria a porta da rua cuja chave guardava sempre e a da casa,
excedeu-se na ganância e acabou por matar, depois voltou a ligar chamando o
porteiro ao telefone da cabine, esperou para este atender e desligar,
destruiu o cartão “SIM” para não ser detectado,
talvez deitando-o na sanita e saiu. “Perfeito como nos filmes”!
É conclusivo que estamos em presença
de um crime premeditado. Sai do Porto em automóvel, usando estradas
secundárias para evitar qualquer tipo de identificação na auto-estrada
em direcção a Lisboa. Entra, pratica o crime, tira
o número do telemóvel para poder falar com alguém de Santarém, para onde se
dirigiu e propositadamente avaria o veículo para poder ter um álibi. ~E
rebocado às 13 – álibi confirmado. Telefona entre as 15,40 e as 16 horas –
continua o álibi…
Depois que tem o veículo em condições
dirige-se a Lisboa, ao Edifício Azul, para se mostrar pesaroso, com certeza.
O criminoso volta sempre ao local do crime!
Nota esperada: Qual foi a mentira? RR declara que
estava em cima da árvore para tirar os ovos de um ninho de calhandra (mais
conhecida entre nós por cotovia) Ora, a calhandra não faz o ninho nas
árvores, mas no chão, geralmente no restolho das searas, seu ambiente.
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