Publicação: “Público”

Data: 14 de Julho de 2013

 

 

Campeonato Nacional 2013

Taça de Portugal 2013

 

Provas

 

 

Parte I

1

Parte II

 

 

Parte I

2

Parte II

 

 

Parte I

3

Parte II

 

 

Parte I

4

Parte II

 

 

Parte I

5

Parte II

 

 

Parte I

6

Parte II

 

 

Parte I

7

Parte II

 

 

Parte I

8

Parte II

 

 

Parte I

9

Parte II

 

 

Parte I

10

Parte II

 

 

 

 

 

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2013

 

PROVA Nº 6 (PARTE II)

 

A MORTE DE CALÍGULA

Autor: Verbatim

 

O cadáver de Calígula foi retirado de um automóvel ligeiro, registado em seu nome, que se incendiara. A causa da morte não estava ainda apurada, embora o grau de queimaduras fosse suficiente para a ter provocado. O carro colidira com um muro mas de modo ligeiro. O cinto de segurança, deteriorado pelo fogo, tinha sido colocado. Nos fluidos corporais notou-se a presença de álcool em dose quatro vezes superior à permitida para a condução, não havia sinais de drogas, os pulmões estavam limpos e não se tinham ainda detectado fracturas. O rosto estava irreconhecível.

O inspector Vespasiano ouviu as quatro últimas pessoas que terão contactado com Calígula.

Cláudio disse ter ajudado a trazer Calígula para o parque de estacionamento. “Vim com o Tibério, ambos a ampará-lo, porque ele estava perdido de bêbado. Encostámo-lo a uma árvore, mas ele não se sustinha. Fomos então sentá-lo no carro, um bom bocado depois, porque Calígula levou uns dez minutos a encontrar as chaves. Quando me pareceu que ele estava a dormir, abri-lhe uma janela do automóvel, pus-lhe as chaves num bolso, fechei a porta e voltei para a discoteca. Nessa altura apareceram também o Augusto e o Trajano.”

Tibério confirmou a declaração de Cláudio e acrescentou: “Quando o Augusto e o Trajano chegaram, pedi-lhes para verificarem se o Calígula continuava a dormir e sem fazer qualquer disparate. Regressei ao parque de estacionamento cerca de meia hora depois. Vinha o Augusto a correr para a discoteca. Aproximei-me do carro do Calígula e vi-o já em andamento, com ele lá dentro a acenar-me como quem vai de férias. Não o consegui deter. Logo a seguir estampou-se contra o muro. Acto contínuo o carro incendiou-se, corri para o socorrer, vi que não conseguia abrir a porta devido às labaredas e fui á procura de um extintor.”

Trajano afirmou que se limitou a ver se Calígula descansava tranquilo. “Até tive o cuidado de verificar se o travão de mão estava bem puxado, não fosse o diabo tecê-las. O Augusto disse-me que ainda ficava por ali a espairecer um bocado. A iluminação era muito fraca mas dava para passear. Ele estava aborrecido com a namorada, uma miúda danada para a dança. Só voltei ao parque quando o Augusto e o Tibério gritaram a dizer que o carro do Calígula se tinha incendiado. Fui buscar um extintor que tinha na carrinha, mas já não pude fazer grande coisa.”

Augusto confirmou que andou cerca de vinte minutos a espairecer ali pela zona do parque de estacionamento. “Fui até mais do que uma vez ver se o Calígula estava a dormir. Não notei nada de anormal. Pensei que um de nós teria de o levar. Nessa altura lembrei-me do que prometera à minha namorada e corri para a discoteca. Depois foi o burburinho. Pedi extintores. Sabia que o Cláudio tinha um, mas verifiquei que ele tinha desaparecido. Até o carro já saíra do parque.”

Vespasiano não ficou com boa impressão destes quatro amigos e encontrou razões para apontar um deles como causador da morte de Calígula. Quem será o suspeito:

 

A – Cláudio

B – Tibério

C – Trajano

D – Augusto

 

© DANIEL FALCÃO