Publicação: “Público” Data: 16 de Junho de 2013 Campeonato Nacional 2013 Taça de Portugal 2013 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2013 SOLUÇÃO DA PROVA Nº 4 (PARTE I) TEMPICOS E O “BACALHAU À PRESSUPOSTO” Autor: A. Raposo &
Lena Para se chegar à solução é preciso ordenar os factos enumerando-os: 1º- Análise das balas, das cápsulas e calibres em função das armas da panóplia. 2º- Análise das datas das ocorrências, local da acção, controle das horas e situação meteorológica. 3º - Conclusões. Analisemos o ponto 1: A bala que ficou na cabeça da vítima, matando-a, era de calibre 6,35 mm e a que se retirou do muro de 9 mm. Não se encontrou cápsula junto ao corpo. Das armas da panóplia só uma tem falta de munição e corresponde à que foi encontrada no murete, ou seja, a que tem de calibre 9 mm. As restantes três armas estão carregadas inclusivamente a que tem o mesmo calibre da que atingiu a vítima. Conclusão: A arma que disparou e matou o capitão desapareceu, bem como a respectiva cápsula. Recordemos que o capitão só limpava e recarregava as suas armas às terças-feiras e a acção decorre ao domingo. Logo, alguém levou a arma e a cápsula e meteu na mão do capitão uma das suas armas da panóplia. Logo, foi crime e não suicídio. Análise do ponto 2: Se a porta da rua estava fechada à chave quando Tempicos chegou e foi a velhota com a sua chave que a abriu, conclui-se que alguém que possuísse a chave da porta teria encenado o “suicídio”, sabendo que a velhota levaria o seu tempo a descer as escadas o que lhe daria tempo para colocar na mão do morto a arma, que teria já retirado da panóplia. Depois saiu, fechando à chave a porta da rua. Lembramos que eram 13,30h e o sobrinho Paulinho já saíra para almoçar. A acção decorre na Primavera. O “jejum da carne” mencionado sugere que os factos ocorreram na semana santa e o crime no domingo de Páscoa. Dia 31 de Março de 2013. Nessa altura o Benfica tinha 4 pontos de avanço na tabela sobre o Porto. E foi naquele ano que Francisco foi entronado Papa. Este dia foi de franca invernia. Os jornais do dia seguinte afirmaram que houve na Grande Lisboa chuvas fortes, vento e frio. Justifica-se Tempicos sair de casa com gabardina e chapéu mole. Suspeitos e conclusões, no ponto 3: O sobrinho Paulinho tem álibi que Tempicos confirmou. A velha governanta não tem álibi, mas também não tem vantagem na morte do patrão. Não herda e arrisca-se a perder o emprego. O sobrinho Luizinho mente ao afirmar que esteve no jardim quase duas horas a ler o jornal e a observar as crianças a brincar e os velhos a jogar às cartas. Com o temporal não haveria ninguém que aguentasse manter-se no jardim tanto tempo. O facto de o sobrinho mentir só por si não prova a sua
implicação no caso mas investigações da polícia e inquéritos bem conduzidos
encurralariam o criminoso e levariam à confissão. É para isso que serve a
polícia, partir da investigação de um mentiroso e chegar ao criminoso
conseguindo a confissão, antes do julgamento. |
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DANIEL FALCÃO |
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