PÚBLICO – POLICIÁRIO

 

Publicação: “Público”

Coordenação: Luís Pessoa

 

Data: 13 de Maio de 2012

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Campeonato Nacional 2012

Taça de Portugal 2012

 

Regulamentos

 

Prova 1: Tradicional + Múltipla

Prova 2: Tradicional + Múltipla

Prova 3: Tradicional + Múltipla

Prova 4: Tradicional + Múltipla

Prova 5: Tradicional + Múltipla

Prova 6: Tradicional + Múltipla

Prova 7: Tradicional + Múltipla

Prova 8: Tradicional + Múltipla

Prova 9: Tradicional + Múltipla

Prova 10: Tradicional + Múltipla

 

Resultados

 

 

CAMPEONATO NACIONAL 2012

TAÇA DE PORTUGAL 2012

 

PROVA Nº 4 (RESPOSTA MÚLTIPLA)

 

TEMPICOS INVESTIGA

Autor: A. Raposo & Lena

 

Tempicos bebia, aos poucos, o apreciado néctar de uma “imperial” fresquinha enquanto se entretinha, numa esplanada da Av. da Liberdade, a ver passar o tempo e o pessoal. O pessoal feminino, sobretudo. Corria a última semana do mês em que os romanos homenagearam Juno, Deusa protectora das mulheres, tal como Tempicos, actualmente.

Entretinha-se a praticar um jogo que aprendera nos cursos da “Judite”. Via passar uma pessoa, memorizava os detalhes fechando os olhos e depois ia repetindo os dados visualizados: cor do cabelo, cara, físico, vestuário, calçado, adereços. Tudo o que a memória conseguira registar em breves segundos.

E aquela brincadeira acabou por ser útil. Passara por ele uma miúda, jeitosa, azougada, com um andar vivo e apressado.

Tempicos fechou os olhos e fez o retrato após breve observação: cabelo loiro oxigenado, saia preta curta, sapatos castanhos bem como a mala a tiracolo sustentada por corrente metálica dourada. Blusa rosa velho com folhos, manga curta. Braços e pernas torneadas, “bum-bum” cheiinho e saltitante.

Quando voltou a abrir os olhos, reparou ao longe na rapariga no chão, esbracejando e pedindo socorro.

Saltou da cadeira e correu para ela. Fora assaltada. Contou-lhe em poucas palavras o sucedido, enquanto limpava os olhos chorosos num lencinho vermelho:

“Fui roubada. Um rapaz veio por detrás de mim e com uma navalha cortou-me a alça da mala e fugiu com ela.”

Tempicos foi mais à frente umas dezenas de metros junto a uns contentores de lixo; lá no meio, encontrou a mala da pequena, aberta, sem alça. Trouxe a mala e ambos foram para a esplanada onde a cerveja de Tempicos aquecia ao sol. A jovem disse chamar-se Mimi. Tinha guardado dois mil euros na mala, em notas, para pagar uma conta e o relógio que herdara do seu avô que acabara de trazer da ourivesaria onde estivera a fazer a revisão anual. Felizmente que ela mantivera o seguro contra roubo que em tempos o avô fizera, pois tratava-se de uma relíquia, um James Foxton de prata de 1804.

Junto com o relógio “voara” um lindo isqueiro Dupont que Mimi adorava. Fora-lhe oferecido pelo namorado e daí o valor sentimental. Era o modelo Minijet Girly Pink, modelo cor-de-rosa de senhora.

Tempicos pediu mais uma “imperial” para ele e perguntou a Mimi se queria tomar algo ou se a poderia levar a casa. Nenhuma das solicitações foi aceite. Ficaram só a fervilhar na cabeça de Tempicos algumas perguntas:

 

A – As marcas indicadas do relógio e do isqueiro não existiram.

B – Mimi enganou o Tempicos.

C – A acção passa-se na Primavera.

D – Mimi foi vítima de roubo.

 

SOLUÇÃO

 

 

© DANIEL FALCÃO