PÚBLICO – POLICIÁRIO

 

Publicação: “Público”

Coordenação: Luís Pessoa

 

Data: 24 de Junho de 2012

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Campeonato Nacional 2012

Taça de Portugal 2012

 

Regulamentos

 

Prova 1: Tradicional + Múltipla

Prova 2: Tradicional + Múltipla

Prova 3: Tradicional + Múltipla

Prova 4: Tradicional + Múltipla

Prova 5: Tradicional + Múltipla

Prova 6: Tradicional + Múltipla

Prova 7: Tradicional + Múltipla

Prova 8: Tradicional + Múltipla

Prova 9: Tradicional + Múltipla

Prova 10: Tradicional + Múltipla

 

Resultados

 

 

CAMPEONATO NACIONAL 2012

TAÇA DE PORTUGAL 2012

 

PROVA Nº 6 (TRADICIONAL)

 

FALSÁRIOS INCOMPETENTES

Autor: Verbatim

 

Flávio Alves deu mais uma olhadela para as quatro listas dos números das seis mil notas de vinte euros apreendidas naquela manhã de Março de 2011. Verificara que bastaria considerar pequenas amostras sequenciais de cada um dos quatro grupos em que as notas estavam divididas para se tirarem importantes conclusões. Apresentam-se, a seguir, amostras sequenciais dos quatro conjuntos.

 

M82738145002

M82738144993

M82738144984

M82738144975

……………….

U33376053505

U33376053496

U33376053487

U33376053478

……………….

V19232494609

V19232494591

V19232494582

V19232494573

……………….

X19584636493

X19584636502

X19584636511

X19584636529

 

Arsénio Mendes, o dono da vivenda e do armazém anexo onde fora encontrado o dinheiro, guardado em três caixas metálicas, defendeu-se como pôde: “Eu fazia lá ideia que ali havia notas de banco! Aquilo para mim eram caixas de ferramenta. O sr. inspector viu aí outras iguais ou parecidas que só têm material de canalizador e electricista. E o dinheiro com que pago aos homens, guardo-o no cofre…”.

Justino Pereira, conhecido pelo Tino Maluco, mal chegou de uma obra foi interceptado pelo agente Dias que, apontando para as caixas das notas, entretanto fechadas, lhe perguntou de quem era aquilo. “Julgo que é do sr. Mendes – respondeu o Tino. Nunca lhes mexo, porque ele e o mestre Ernesto são muito esquisitos. Se lá falta alguma coisa, posso jurar que não fui eu. Já há dois meses foi para aí uma guerra por causa de um miúdo, que o sr. Mendes até mandou embora, só por ter pegado numa caixa do mestre. Não me diga que, hoje, sou eu o lixado…”.

Mestre Ernesto, tido como grande prático em canalizações, que fez temporadas de trabalho em Espanha e até em França, sob contratos ilegais, explicou-se: “É verdade, aquele dinheiro é meu. Aprendi muito nas minhas andanças e ganhei algum, confesso, que fui pondo aí, pelos bancos. Mas sabe, sr. inspector, isto agora está a apertar, querem saber de onde vem o bago de cada um, menos o dos poderosos, e eu andei sempre meio clandestino. Fiquei com medo que me fossem à massa que tanto me custou a ganhar. Por isso, na semana passada, resolvi levantar tudo. E, quando se levantam quantidades assim maiores, vem o dinheiro arrumado e em notas novinhas.”

Instado sobre o lugar onde resolveu guardar o pecúlio, mestre Ernesto não hesitou: “Desconfio de uma pessoa que, com certeza, me viu levantar bastante dinheiro e era capaz de me assaltar a casa. Por isso, à cautela, trouxe as notas para aqui, para o armazém do Arsénio, sem dizer nada a ninguém, nem à minha mulher. Estou a ver que essa pessoa se apercebeu da minha manobra de defesa e, por vingança, resolveu denunciar-me, como se eu fosse um reles ladrão, tal como ele. Mas garanto-lhe, sr. inspector, isto não é dinheiro roubado, foi todo ganho com o suor do meu rosto.”

Dirigindo-se apenas ao agente Dias, o inspector Flávio Alves comentou: “Houve aqui fraude da grossa. As notas passam facilmente como boas, mas os falsários foram incompetentes num aspecto. Pode ser que se safem, pois a justiça portuguesa ilibou, há tempos, um comprovado corruptor por não ter corrompido a pessoa certa, isto é, por ter sido incompetente.”

Onde é que os falsários foram incompetentes? Quem estará envolvido na distribuição do dinheiro falsificado e porquê?

 

SOLUÇÃO

 

 

© DANIEL FALCÃO