PÚBLICO – POLICIÁRIO Publicação: “Público” Coordenação: Luís Pessoa Data: 19 de Agosto de 2012 |
|
|
Campeonato Nacional 2012 Taça de Portugal 2012 Prova 1: Tradicional +
Múltipla Prova 2: Tradicional +
Múltipla Prova 3: Tradicional +
Múltipla Prova 4: Tradicional +
Múltipla Prova 5: Tradicional +
Múltipla Prova 6: Tradicional +
Múltipla Prova 7: Tradicional +
Múltipla Prova 8: Tradicional +
Múltipla Prova 9: Tradicional +
Múltipla Prova 10: Tradicional +
Múltipla |
CAMPEONATO NACIONAL 2012 TAÇA DE PORTUGAL 2012 SOLUÇÃO DA
PROVA Nº 5 (TRADICIONAL) TEMPICOS E
OS PASTELINHOS DE NATA Autor:
A. Raposo & Lena Este caso deve ser analisado da forma como faria Hercule Poirot, utilizando somente as células cinzentas – reconstruindo a história, encaixando os intérpretes com as peças do puzzle que necessita ser reconstruído. Vejamos então os factos: – Tempicos costumava receber um docinho, aos domingos, da dona da pensão. Assim sucedeu nesse domingo. Notamos que a acção se passou a um domingo, em Lisboa. – Tempicos pede um livro emprestado ao irmão João e acaba de o ler nesse domingo à noite, após a reunião amorosa no quarto da senhoria. Na segunda-feira, de manhã, vai devolvê-lo. Ninguém responde e ele e a patroa acabam abrindo a porta com a chave da casa. Na cama estava o jovem morto com um tiro no peito, tiro esse que ninguém da casa ouviu. A arma não estava ali nem a cápsula da mesma, pelo que presumiu Tempicos que não foi suicídio e teria havido silenciador na arma. Na carteira do morto tudo normal, não tendo havido roubo do dinheiro. Tinha o B.I. e o de estudante. – Tempicos descobriu no fundo da algibeira das calças um pedaço de papel com a inscrição no name – concluiu que seria parte de bilhete da claque dos No Name Boys que esteve tão activa no Benfica. – Os dois que vão passear até Belém na manhã de segunda-feira apresentam um álibi mútuo. Acontece que o museu que faz parte do Mosteiro está fechado às segundas. O passeio seria a outro lugar, mas dava a Tempicos mais uma pista – uma mentira da Isaltina, que é corroborada pelo rapaz. Ambos estariam conluiados. Afirmou ainda Isaltina que naquele dia não tinham aulas. Isso implicaria que ambos não tinham aulas – logo ambos colegas, sendo ele o João! – Isaltina poderia estar também a mentir ao afirmar que não tinham aulas mas a forma como o afirma leva a crer que foi uma afirmação que lhe saiu sem se aperceber e sem intenção. – Se um dos irmãos morresse, a herança seria para os pais que estavam vivos no norte. Só haveria forma de o assassino ficar com o dinheiro e era de fazer-se passar por ele. A semelhança entre os dois ajudaria. – Os três jogaram cartas na noite de domingo até às duas da manhã. Acabada a jogatina, Manuel mata o irmão e troca de carteiras. Fecha o quarto à chave e deita-a fora. Vai dormir o resto da noite, descansado, no quarto do irmão. – Aqui podemos e devemos acrescentar a participação na morte da Isaltina. Ela tinha tudo previamente combinado. Todos os detalhes. – O truque que arranjaram – a afonia – do irmão sobrevivo deu mais uma pista e contribuiu com um factor de desconfiança na cabecinha de Tempicos. Este só conseguia distingui-los pela voz e agora nem isso. – Dos restantes moradores da casa ninguém beneficiaria com a morte do rapaz, nem a patroa, nem a empregadinha, nem o surdo coronel. – A dona da pensão diz ter visto descer e sair com a Isaltina o irmão Manuel, mas afirma-o por ter visto na sua mão as chaves do carro. Não prova que seja o Manuel. – O irmão estudante vivia mal enquanto o outro abarrotava de dinheiro. A Isaltina gostava do colega que lhe era mais chegado, o do seu curso de direito. A matéria os unia. A comunhão de interesses. Os dois pensaram em ficar independentes e quiçá juntar os trapinhos. Isto foi tudo o que Tempicos pensou e não estaria muito longe da verdade! |
|
© DANIEL FALCÃO |