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O GANG DOS SEIS

A. Raposo

Para quem não saiba e tenha chegado agora a esta aventura, apresento-vos o gang dos seis, composto por quatro meliantes com a escola toda – cursos intensivos em prisões nacionais e estrangeiras, um sem cadastro, o Brilhantinas que sabia sempre sair ileso dos assaltos, e a chefe do gang, amásia, recente do Brilhantinas, mulher de muitas vivências e calor de algumas camas quentes: a Ambrosina.

Ambrosina aprendera a profissão com o Mãozinhas, recentemente baleado pela P.J. num assalto mal conseguido no ano passado. Ele ensinara-lhe tudo. Inclusive a arte de bem amar em fofa cama.

O golpe em causa – o assalto a um banco – tinha tudo para sair certo. Fora pensado ao pormenor pela Ambrosina, em noites de insónias, com o Brilhantinas e já com o seu Mãozinhas enterrado, no cemitério da Ajuda.

Estava uma manhã de calor abrasador. O mês de Agosto levara muita gente até à praia e as agências bancárias estavam a meio gás.

Quatro homens vestidos de diferente forma e apresentação, entraram com um certo intervalo na agência de Algés do Banco de Lisboa & Açores, levando cada um duas pastas de cabedal preto.

O assalto decorreu conforme o previsto. As poucas pessoas que estavam na agência, foram gentilmente empurradas para uma sala interior, incluindo uma senhora de carrinho de bebé.

Um carro, com o quinto elemento aproximou-se da porta do banco e os quatro assaltantes entraram com as quatro pastas a abarrotar.

Tudo levava a crer que o assalto fora um êxito.

Porém, alguém de telemóvel avisara a polícia do assalto e o veículo com os meliantes não demorou dois quarteirões a ser cercado pela bófia. 

Quem avisara a polícia fora a senhora que fora sequestrada com carrinho de bebé, que entretanto saíra do banco e seguia lentamente pela avenida abaixo.

Os meliantes mostraram o fruto do roubo: 4 pastas de coiro vazias!

A senhora do carrinho de bebé que ninguém diria que era a cara da Ambrosina por uma figa, afagava o recém-nascido: 4 pastas gordas cheiinhas de notas, que o gang, de forma dissimulada lá depositara.

 

MORAL DA HISTÓRIA

Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.

 

Fontes:

Blogue Repórter de Ocasião, 4 de Maio de 2025

Borda D’Água do Conto Curto, Edições Fora da Lei, Ano de 2018

 

© DANIEL FALCÃO