TINÓNI!... TINÓNI!...
| Jartur VINGANÇA NUMA
MANHÃ DE FEVEREIRO | Inspector Mokada ERA PRIMA MAS NÃO
ERA VERA | Inspector Moscardo HÁ MUITO TEMPO
| Zé AEREOPUERO
| Abrótea JUNHO CALMOSO, ANO
FAMOSO | Arnes ASSALTO NUMA NOITE
DE JULHO | Ma(r)ta Hari UM DESEJO
IRRESISTÍVEL SOB O SOL DE AGOSTO | Inspetor Boavida TEMPICOS |
A. Raposo ACONTECEU EM
OUTUBRO… | Inspector Aranha NOVEMBRO PELOS
SANTOS, NEVE NOS CAMPOS | Rigor Mortis OH, SORTE MAGANA!
| Rui Mendes BORDA
D'ÁGUA DO CONTO CURTO - 2018 BORDA
D'ÁGUA DO CONTO CURTO - 2019 |
TEMPICOS … também
conhecido por Olho Vivo e pé ligeiro. A. Raposo Quando saí da
PJ por ter atingido a idade da reforma, organizei-me numa “Fundação” para
sacar umas massas, como afinal fazem os ricos. Não pagam impostos e ainda
conseguem um lugar de CEO na organização. A minha
Fundação chama-se pomposamente “Societé de Bienfaisance aux veuves”. Não me tenho
dado mal. Os mimos que pago às viúvas vão para a conta da Fundação. Estou bem
cotado no meio e até tenho recebido oferendas que até com o corpo me querem
pagar – o que recuso. Tenho os meus princípios! Recebi um
convite da Tertúlia da Liberdade onde uma mão cheia de malucos satisfazem o
ego resolvendo problemas policiários. Isto há gente para tudo! Vão editar uma
espécie de Borda d´água em 2020. A editora é
uma senhora que mora no Vale de Santarém. Escrevi um
belo conto curto, imprimi numa folha de A4 e meti-me no comboio para o
entregar à editora. Quando lhe
bati à porta estava ela de enxada ao ombro a caminho da horta. Abriu-me a
porta e apontou-me uma cadeira. Dei-lhe a folhinha de papel. Leu atentamente
e abrindo a portinhola da salamandra atirou a folha para o lume. Resmungou: − Faça
outro conto, como deve ser e não se esqueça da pontuação. Fui-me a ela.
Ela fugiu-me para a rua a correr. Fui atrás meti-lhe as mãos às goelas.
Começou a falar fininho e a esbracejar, com falta de ar. Reuni forças e
atirei-a para um canteiro de alfaces chinesas. Os cães
vieram-me ladrar às botas. Como não sou
do PAN atirei umas biqueiradas nos “lulus”, que foram a ganir para perto da
patroa, que, engasgada, cuspia alfaces e impropérios. Tudo do
piorio. Ainda pensei
rezar-lhe a extrema-unção mas já não me lembro da letra... Vim-me embora,
apanhei o comboio de regresso e hoje ainda estou para saber se ela me vai
recuperar o escrito ou se pelo contrário, a página de Setembro do Borda de
água sai em branco. É mulher para
isso! Lx.-jan.2020 Fontes: Blogue Repórter de
Ocasião, 3 de Agosto de 2025 Borda
D’Água do Conto Curto, Edições Fora da Lei, Ano de 2020 |
© DANIEL FALCÃO |
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