Publicação: “Público” Data: 20 de Agosto de 2017 Campeonato Nacional 2017 Taça de Portugal 2017 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2017 SOLUÇÃO DA PROVA Nº 6 (PARTE II) ASSALTO À LEILOEIRA Autor: Paulo Analisem-se as
declarações de Cláudio. O vigilante afirma
ter estado amarrado junto a um relógio de pêndulo deitado e que apenas
percebeu o passar do tempo pelo bater das horas do relógio. Esta situação não
é possível. Este tipo de relógio funciona pelo efeito da força gravítica no
pêndulo. Quando o relógio está deitado, o pêndulo não oscila e o relógio não
funciona, não podendo bater as horas. Cláudio não pode
estar a contar a verdade, pelo que deverá ser detido para interrogatório. Quanto às palavras
ditas por Trajano, percebemos que ele abriu a porta do gabinete, mexeu no
computador e abriu a porta do armazém, mas nestes locais não há impressões
digitais. Como era uma noite quente, decerto Trajano não usaria luvas, e se as
tivesse usado para proteger provas decerto que o referiria nas declarações. As suas impressões
teriam que obrigatoriamente surgir naqueles locais se ele fizesse o que
declarou. Ou seja, as impressões só foram limpas no gabinete depois de ter
comunicado o roubo e de ter ligado o computador, nunca antes de ele ter
chegado. Só podiam ter sido limpas por ele. Logo, Trajano não
conta a verdade e deverá ser detido para novo interrogatório, como suspeito. Os factos
ter-se-ão passado da seguinte forma. Trajano, Cláudio e
provavelmente mais um ou dois cúmplices executaram o roubo. Às 22 horas e 17
minutos desligaram o computador e o sistema de vigilância. Transportaram o
relógio para o veículo e Cláudio e os cúmplices partiram para largarem o
produto do roubo em local seguro. Trajano ficou nas
instalações da leiloeira, aguardando que chegasse a sua hora de entrar ao
serviço. Limpou as impressões digitais do armazém e esperou no gabinete até
às 5 horas e 56 minutos, quando ligou o sistema informático e as câmaras de vigilância.
Limpou todas as impressões no gabinete e na porta deste, tendo de seguida
comunicado o roubo e ficado a aguardar as autoridades, não tendo tocado em
nada depois de ter limpo as impressões digitais, contrariando as suas
declarações quando diz ter tocado no puxador da porta, no computador, e
provavelmente noutros locais do gabinete. Quanto a Cláudio e
os cúmplices, deixaram o relógio em sítio seguro, que até poderá ser longe da
serra do Caldeirão, sendo este lugar usado apenas para despistar os investigadores.
Cláudio simulou o seu abandono no local onde foi encontrado, embora,
aparentemente, corresse o risco de ter que esperar muito tempo por auxílio.
Provavelmente poderia desamarrar-se sozinho, caso não surgisse ninguém, e
simular uma procura de auxílio numa qualquer localidade próxima. Deste modo a
hipótese C é a correta, devendo Cláudio e Trajano ser detidos por suspeita de
participação no assalto. |
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DANIEL FALCÃO |
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