Publicação: “Público”

Data: 15 de Outubro de 2017

 

 

Campeonato Nacional 2017

Taça de Portugal 2017

 

Provas

 

 

Parte I

1

Parte II

 

 

Parte I

2

Parte II

 

 

Parte I

3

Parte II

 

 

Parte I

4

Parte II

 

 

Parte I

5

Parte II

 

 

Parte I

6

Parte II

 

 

Parte I

7

Parte II

 

 

Parte I

8

Parte II

 

 

Parte I

9

Parte II

 

 

Parte I

10

Parte II

 

 

 

 

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2017

 

PROVA Nº 9 (PARTE II)

 

FESTAS DE ANIVERSÁRIO… OU NÃO!

Autor: Insp. Fidalgo

 

Ter a mesma idade de uma revolução nunca é fácil para ninguém. Sempre que o visado diz que nasceu no ano “x” imediatamente alguém associa à data…

– Olha, olha, nasceste no ano em que…

Para o Pancrácio, para o Lucrécio e para o Ptolomeu, três primos a quem os pais apostaram dar nomes horroroso que eles arrastam há precisamente quatro décadas, isso era recorrente e, reconheça-se, muito chato. E depois havia a circunstância de serem de Santarém e então ainda mais se fazia sentir a associação de ideias.

Mas enfim, com o passar dos anos a habituação foi fazendo o seu caminho e agora já nem reparam e muito menos reagem.

Mas para além desse facto, havia mais:

O Pancrácio nasceu no dia 5 de Outubro e daí resultou que durante muitos anos foi associado, não a um, mas a dois acontecimentos da nossa história, o que não sendo particularmente irritante, sempre deixava mossa e o obrigava a um sorriso amarelo, quando questionado.

O Lucrécio nasceu a 1 de Novembro e para além de saber que era dia de comemoração religiosa, ficava irritado por nunca ter podido fazer uma festa na escola, nem os seus colegas lhe cantavam os parabéns.

O Ptolomeu, para não variar, nasceu a 1 de Dezembro e também ele sofria do mesmo mal dos primos, sofrendo em silêncio com o nome e com o resto.

Solidário com eles, Fidalgo, amigo de longa data da grande família alargada onde todos eles se inseriam, evitava abordar esses assuntos de nomes, idades ou datas, mas como era um ano especial, resolveu convidar cada um deles para beberem um copo, na data de aniversário. Não seria apenas um copo, claro, mas um programa alargado, que começaria no jantar da véspera, uma noite inteira de farra, com prolongamento pela manhã do dia de aniversário. Depois de almoço, cada um ficaria liberto para as suas “obrigações” familiares…

Convém dizer que este programa funcionaria como uma espécie de “despedida de solteiro” sem haver qualquer casamento, claro! Era só para espairecer…

Não sabemos se tudo aconteceu como era esperado ou não, se houve mesmo festa e farra nos dias aprazados, nem se tudo o que aqui se conta foi cumprido. O que o Fidalgo conta é que um dos primos lhe telefonou, muito zangado, dizendo que não podiam fazer o planeado para o dia do aniversário porque fora notificado pelas Finanças, num processo complicado, para comparecer às 10 horas da manhã!

– Estás a baldar-te! – ripostou Fidalgo – não tens é pedalada para uma noitada com prolongamento!

– Não, nada disso, é mesmo verdade!

O Fidalgo ficou pensativo. Não tinha grande importância, mas sempre ficava com uma pulga atrás da orelha quando acontecia alguma coisa que não percebia…

 

A – O notificado só podia ser o Pancrácio;

B – O notificado só podia ser o Lucrécio;

C – O notificado só podia ser o Ptolomeu;

D – Nenhum deles podia ser notificado.

 

© DANIEL FALCÃO