Publicação: “Público” Data: 22 de Outubro de 2017 Campeonato Nacional 2017 Taça de Portugal 2017 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2017 SOLUÇÃO DA PROVA Nº 8 (PARTE II) QUATRO SUSPEITOS E UMA PISTA Autor: Daniel Falcão A vítima, o
engenheiro de telecomunicações, já tinha sido ameaçado, mais de uma vez, por
aqueles quatro homens. E, por isso, como tinha agendado encontros com os
quatro para aquela tarde, resolveu precaver-se. Antes mesmo de
iniciar as reuniões, puxou para junto de si uma folha A4 e, depois de fazer
alguns cálculos, aproveitando os conhecimentos que obtivera no decurso da sua
graduação, escreveu quatro números, uns a seguir aos outros: 424, 403, 374 e
343. As reuniões, tal
como esperava, foram bastante acaloradas. Muito provavelmente, quem passasse
no corredor, em frente à porta do escritório, não teria dificuldade em ouvir.
Mas tudo correra como habitual, ameaças e mais ameaças. O que ele receava
é que um deles, já fora do horário de expediente, regressasse para
concretizar as ameaças. O que, de facto, aconteceu. Quando se
preparava para sair, a porta abriu-se repentinamente e um dos homens apareceu
na entrada. Enquanto o seu algoz se aproximava e se preparava para disparar,
só teve tempo para pegar na esferográfica que estava sobre a folha onde
escrevera os quatro números e marcar com um círculo o número 374. Ao receber o
impacto da bala no peito, ficou vidrado a olhar para o homem à sua frente,
vendo-o virar as costas e sair. Ainda teve forças para se inclinar para a
frente e apontar com o indicador o algarismo oito no seu telefone. Esperava
que ajudasse a interpretar a pista que deixara. Como os quatro
homens residiam em diferentes localidades, a vítima sabia que podia utilizar
os indicativos telefónicos para identificar cada um deles: 276 para Francisco
Manuel Sousa de Chaves, 259 para José Carlos Vieira de Vila Real, 252 para
Luís Jorge dos Santos de Santo Tirso e 227 para Manuel da Costa Antunes de
Espinho. Mas não podia usar
estes números pois eram demasiado óbvios. Por isso, decidiu converter os
números da base decimal (0 a 9) para uma base octal (0 a 7). Tendo sido o
facto consumado, sentindo que já não teria tempo para telefonar para o
serviço de urgência, aproveitou os segundos finais de vida para apontar para
o algarismo oito, a base da codificação. Os investigadores,
neste caso, os detetives da secção Policiário, atentos ao número oito
apontado pelo dedo indicador da vítima, imediatamente associaram à base
octal, o que os levou a presumir que o número 374 estaria na base octal e,
consequentemente, os levou a convertê-lo para a base decimal, da seguinte
forma: primeiro, 3 vezes 8 elevado a dois (3 x 64 = 192), mais 7 vezes 8
elevado a um (7 x 8 = 56), mais 4 vezes 8 elevado a zero (4 x 1 = 4); depois
a soma dos valores encontrados (192 + 56 + 4 = 252). O problema estava
resolvido, fora o Luís Jorge dos Santos (alínea C), residente em Santo Tirso,
cujo indicativo telefónico é o 252, que assassinou o engenheiro de
telecomunicações. |
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DANIEL FALCÃO |
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