Publicação: “Público” Data: 9 de Outubro de 2016 Campeonato Nacional 2016 Taça de Portugal 2016 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2016 PROVA Nº 9 (PARTE II) ACONTECEU NUM DIA À TARDE Autor: Quaresma,
Decifrador Não imaginam
durante quanto tempo tive de me preparar para aquele momento único em que
teria a oportunidade da minha vida. Tratava-se de um grupo de acesso muito
restrito, no qual se entrava caso conseguíssemos resolver o enigma que nos
era proposto. Só era concedida uma oportunidade: ou se acertava ou as portas
encerravam-se para todo o sempre. Depois de muita
preparação com recurso a muitas leituras e muitos desafios ultrapassados,
decidi ser chegado o momento de me apresentar para a prova definitiva. Seriam umas quatro
horas da tarde quando bati à porta. Passados poucos segundos, a porta
abriu-se e ouvi uma voz que provinha algures da penumbra ao fundo do
corredor: “Entra e segue em frente!” Obedeci sem
questionar. Repentinamente, alguém segurou no meu braço esquerdo e senti que
me conduziam. Durante alguns minutos, a pessoa que me conduzia forçava-me a
virar quer para a esquerda quer para direita. Assim que me apercebi que
largaram o meu braço, as luzes acenderam-se. Depois de ultrapassar esta
rápida passagem da escuridão para a luz, reparei no indivíduo encapuzado
defronte de mim, com a mão esquerda estendida da qual pendia uma folha. Enquanto pegava na
folha que me era dirigida, o encapuzado perguntou: “Acha-se capaz de resolver
o enigma que lhe apresentamos?” Assim que segurei
a folha nas minhas mãos, comecei a ler. «Os investigadores
identificaram quatro mulheres com fortes motivos para assassinar o Joaquim da
Barroca. Duas delas, Roberta Dias e Rute Semanas, apresentaram alibis
demasiado duvidosos para o período em que ocorrera o homicídio. No entanto,
havia testemunhos que afirmavam ter escutado, poucos dias antes, Ana Portugal
e Maria França a ameaçarem a vítima. Eis alguns extratos dos depoimentos
recolhidos: Ana Portugal: “Eu
seria incapaz de matar quem quer que fosse. Já há vários dias que não falava
com o Joaquim.” Maria França:
“Tive vontade de o matar mais de uma vez. Mas acho que alguém se antecipou.” Roberta Dias:
“Como o meu marido pode comprovar, há muito tempo que não falo com o
Joaquim.” Rute Semanas:
“Houve vários momentos em que se tivesse uma pistola à mão, ter-lhe-ia dado
um tiro mesmo no meio da testa.” No local do crime
foi encontrado um pedaço de papel que comprovadamente fora redigido pela
vítima, possivelmente nos curtos minutos que antecederam a morte, com a
seguinte sequência: 3,3 – 6,3 – 4,3 – 2,1 – 7,3 – 6,3 – 2,2 – 3,2 –
7,3 – 8,1 – 2,1 Será que a vítima
deixara uma mensagem que apontava o autor do crime?» Assim que afastei
os olhos da folha, observei o encapuzado que se mantinha à
minha frente e ouvi: “Sabe a resposta a essa pergunta?” Voltei a
concentrar-me no que estava escrito na folha e, após levantar a cabeça, respondi:
“Sim!” Minutos depois,
voltei a atravessar a porta de entrada, satisfeito com a minha prestação. E os leitores, será que também sabem quem assassinou Joaquim Barroca? A – Ana Portugal B – Maria França C – Roberta Dias D – Rute Semanas |
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©
DANIEL FALCÃO |
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