Publicação: “Público” Data: 17 de Abril de 2016 Campeonato Nacional 2016 Taça de Portugal 2016 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2016 SOLUÇÃO DA PROVA Nº 2 (PARTE I) SUICÍDIO OU HOMICÍDIO? Autor: John Death A vítima,
Jorge Maneiras, era um industrial de plásticos e tinha ficado impedido, de
acordo com o que refere o seu irmão, de assinar documentos por causa de um
acidente que imobilizou o braço esquerdo. Portanto, tudo indica que o
empresário morto era esquerdino e não usava minimamente a mão direita. Como o
investigador Humberto notou, a arma estava junto da mão esquerda, o que está correcto com a informação disponível. O tiro foi
desferido no peito e o cadáver estava estendido de costas com a cabeça na direcção da porta, portanto, no lado contrário à janela.
Isto indicia que o tiro que o matou foi desferido da direcção
da janela para a porta, de frente para a vítima. A hipótese
de suicídio está posta de parte porque se ele poderia segurar a pistola e
desferir o tiro no peito, por exemplo, segurando a arma com as duas mãos e
disparando, não poderia justificar o vidro da janela partido nem a cápsula no
jardim. O vidro partido ainda podia ser simulado anteriormente pela vítima
antes de dar o tiro fatal em si mesma, podia partir o vidro, mas já não
poderia ir atirar a cápsula para o jardim depois de disparar. Ficamos com
a hipótese de alguém ter disparado do jardim através da janela, matando o
empresário, sendo a cápsula expelida e por isso aparecia naquele local do
jardim. Mas esta hipótese não é viável porque o jardim fica três metros
abaixo da altura da janela, o que tornava impossível que alguém pudesse
desferir um tiro que atingisse a vítima no peito. Além disso, não havia
marcas de qualquer espécie no jardim, nem poças e como chovera intensamente
nas últimas horas, quem por ali andasse tinha de deixar marcas de pegadas.
Também há o facto dos estilhaços do vidro partido estarem no jardim, sinal de
que o vidro foi partido de casa para a rua e não da rua para casa. Finalmente
o aparecimento da arma junto da mão da vítima, que obrigaria o assassino a
entrar em casa depois de dar o tiro de fora, para deixar a arma junto ao
corpo. Portanto, o
empresário foi morto com tiro desferido por alguém, dentro de casa, no
próprio escritório, alguém que estava de costas para a janela e o alvejou no
peito. Depois, como sabia que ele era esquerdino, depositou a arma junto da
mão esquerda da vítima, recolheu a cápsula, partiu o vidro da janela e atirou
a cápsula para o jardim. Concluindo,
não houve suicídio mas sim homicídio. Quem o praticou, é uma incógnita que
não está em discussão neste problema, mas como tinha de ser alguém que
conhecesse muito bem a casa e a vítima, não deve ser muito difícil ao
investigador Humberto “apertar” um pouco o irmão da vítima. |
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DANIEL FALCÃO |
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