Publicação: “Público” Data: 18 de Setembro de 2016 Campeonato Nacional 2016 Taça de Portugal 2016 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2016 SOLUÇÃO DA PROVA Nº 7 (PARTE I) A MORTE DE BERNARDO DO SOUTINHO Autor: Paulo A análise terá de
ser feita apenas com os elementos do texto do problema. 1 – Com base no
diálogo não se pode concluir de qualquer cumplicidade entre os
intervenientes, assim como se terá de concluir que o vigário descobriu o
criminoso, ou seja, é o detetive do caso, estando por isso fora da lista dos
suspeitos. 2 – O crime
ocorreu no dia 1 de março de 1900, um ano antes do diálogo narrado no texto.
O ano de 1900 não foi bissexto, por não ser um ano centenário divisível por
400, e, por isso, se no ano do diálogo, 1901, a seguir ao dia 28 de fevereiro
vem o dia 1 de março, o mesmo terá ocorrido em 1900. 3 – Joaquim
Baldaia diz ter estado todo o dia na vila, na Fazenda, equivalente atual da
Repartição de Finanças, e nada há que o desminta. Ter sido a 1 de março e
este ser o dia posterior a 28 de fevereiro, já se verificou que está correto. 4 – O vigário
Castanho só viu a pedra depois de ficar sozinho, logo o rapaz desconhecia a
sua existência. 5 – Porfírio
Clemente e o regedor mostram ter conhecimento da existência da pedra antes de
falarem com o clérigo. A informação não podia ter sido dada pelo padre quando
eles chegaram, visto este só ter voltado a falar quando se aproximou dos
dois. 6 – Como essa
informação não podia ser prestada pelo rapaz, só conseguiam saber se
conhecessem como foi cometido o crime. Um deles ou os dois teriam perpetrado
o crime. 7 – Nada indicia
que pudessem ser cúmplices, pelo que esta possibilidade pode ser abandonada. 8 – O Regedor fala
da pedra mas não mostra saber onde ela se encontra, parecendo pela frase
pronunciada, que esperava encontrá-la junto do cadáver, ou seja, terá sido
informado que o crime foi cometido com uma pedra, mas não sabia mais nada
sobre o assunto. Aliás, se fosse cúmplice no crime, saberia onde estava a
pedra, sendo este um ponto a negar a cumplicidade de Porfírio e do regedor. 9 – Porfírio
Clemente viu onde se encontrava o padre, chamou-o e disse-lhe para trazer
consigo a pedra, ou seja, ele sabia onde esta se encontrava, apesar dela não
se visível. 10 – Só podia ter
essa informação se tivesse cometido o crime. Só o assassino saberia o local
exato onde deixara a arma do crime. 11 – Porfírio
Clemente é o assassino e foi ele quem informou o regedor que o crime fora cometido
com uma pedra. Só o assassino e o padre, que ficou no local, sabiam qual fora
a arma. 12 – Percebe-se
que o padre não tenha à época percebido a falha cometida por Clemente, uma
vez que estava muito perturbado e só o reavivar dos factos o fez vislumbrar a
verdade. 13 – O motivo do
crime? Provavelmente um dos referidos: mulheres ou terrenos. |
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©
DANIEL FALCÃO |
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