Publicação: “Público” Data: 13 de Dezembro de 2015 Campeonato Nacional 2015 Taça de Portugal 2015 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2015 SOLUÇÃO DA PROVA Nº 10 (PARTE II) O CASO DE JOSITA CORLI Autor: Medvet A resposta correcta é
A. Não foi suicídio. Uma rapariga bonita – e que
sabe que o é, usando essa beleza para atingir os seus fins – não vai
suicidar-se com um tiro na cara: Recorde-se que o espectáculo
não era nada bonito. Josita gostaria que a
lembrassem bela e não iria matar-se desse modo; usaria veneno, por exemplo. Por outro lado, ela não tinha motivos para se
matar. Aquele comentário poderia ter apenas a ideia de se desembaraçar de um
namorado inoportuno, ou seja Perita. ”Acabar com tudo” poderia indicar
“acabar com Ramon”. Não há carta de suicídio nem sinais de violência. O suspeito mais provável é Ramon Perita.
Francisco Peres não tinha motivos para matar a moça. Já o namorado afirmara
que não gostava de a ver com outros homens; e diz que a rapariga lhe
prometera deixar de “fazer olhinhos”, mas as declarações de Peres não
corroboram isso; antes, dão mais a ideia de que ela estava a pensar terminar
a relação. É possível que ele a fosse ver no domingo para
“esclarecer” a situação e fingisse acreditar na explicação que ela lhe deu.
Hábil a esconder os seus sentimentos (“água silenciosa é a mais perigosa”)
podia ter levado a arma já com a ideia de a matar se as suas suspeitas
tivessem fundamento; talvez lhe mostrasse o revólver para se defender dos
assaltos, isso explicaria porque a moça não mostrava sinais de
surpresa/terror (o que indica que a vítima conhecia o assassino, já que não é
muito crível que se matasse dessa forma, haja em vista o seu temperamento/carácter).
Ela segurara a arma para “experimentar”, por exemplo, e ele talvez indo por
trás da rapariga (que estava sentada) e obrigou-a dobrar o pulso e carregou
no gatilho, disparando o revólver. A bala atravessaria a parte inferior da
cara, destruindo-a. Deste modo, só haveria impressões dela na arma. Depois, o
homem só teria de sair de casa, deixando a porta trancada. Mas esqueceu-se de
apagar a luz, o que indicou ao Inspector que a
vítima fora morta ainda de noite (o que a autópsia confirmou) e que estava
ainda a pé. Confrontado com os factos, Ramon Perita
confessou. |
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DANIEL FALCÃO |
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