Publicação: “Público” Data: 14 de Junho de 2015 Campeonato Nacional 2015 Taça de Portugal 2015 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2015 PROVA Nº 5 (PARTE II) QUEM “OKUPOU” O PALCO? Autor: Zé da Claque Um conhecido e muito contestado empresário teatral português vive um
verdadeiro pesadelo. As cartas ameaçadoras que o trazem desassossegado caem
quase de hora a hora sobre a sua secretária, trazidas ora pelo ponto, pelo
diretor de cena, pelo sonoplasta ou pelo maquinista de cena. O primeiro
trouxe-lhe as cartas assinadas pela Comédia, o segundo foi o portador das
missivas do Drama, o terceiro foi o mensageiro dos escritos da Tragédia e o
quarto foi o emissário da Farsa. Em todas as cartas se manifesta um muito
veemente protesto contra o repertório atualmente levado a cena no teatro,
exigindo grandes e urgentes mudanças na filosofia da programação, sob pena de
serem tomadas medidas drásticas. Preocupado, o empresário não sabe o que
fazer. De súbito, a Revista entra pela porta do escritório do empresário aos
gritos: «Vasco, Vasco, estamos perdidos. Os membros da orquestra e do corpo
de baile foram sequestrados. As plumas que embelezam os fatos das coristas e
as purpurinas que dão brilho às chefes de quadro levaram sumiço, os telões
dos dois finais foram danificados… E o palco foi ocupado por um grupo de
gente estranha, vestida de trajes de tempos muito remotos, formando uma
personagem única que tem por missão contar parte de um enredo. Dois outros
tipos mataram-se mutuamente numa batalha e apenas um deles foi sepultado. Por
via disso, a irmã destes revoltou-se e exige o mesmo tratamento para os dois,
nem que isso custe a própria vida. O tio da rapariga não tolera o seu
procedimento. O confronto entre ambos adensa-se e a jovem entrega-se à
morte». Pouco tempo depois, alguns técnicos entram a correr no escritório do
empresário. Diz o ponto: «O que faço, Sr. Vasco? Eu não tenho o texto daquela
peça, por isso não posso ajudar os atores caso eles precisem». Acrescenta o
diretor de cena: «E eu não tenho o guião do espetáculo, não sei quem entra e
sai de cena, que mutações são necessárias e em que deixas». Afirma o
sonoplasta: «A banda sonora que preparei não se adapta a este tema. Não sei o
que fazer». Remata o maquinista de cena: «Eu também não posso fazer nada, a
não ser baixar o pano ou deixar seguir o espetáculo». O empresário questiona-se: «Mas afinal quem ocupou o palco?» A – Farsa B – Tragédia C – Drama D – Comédia |
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DANIEL FALCÃO |
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