Publicação: “Público”

Data: 12 de Julho de 2015

 

 

Campeonato Nacional 2015

Taça de Portugal 2015

 

Provas

 

 

Parte I

1

Parte II

 

 

Parte I

2

Parte II

 

 

Parte I

3

Parte II

 

 

Parte I

4

Parte II

 

 

Parte I

5

Parte II

 

 

Parte I

6

Parte II

 

 

Parte I

7

Parte II

 

 

Parte I

8

Parte II

 

 

Parte I

9

Parte II

 

 

Parte I

10

Parte II

 

 

 

 

 

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2015

 

PROVA Nº 6 (PARTE II)

 

ACONTECEU NA ENTRADA DO CLUBE

Autor: Quaresma, Decifrador

 

Depois de muita insistência, resolvi aceder ao pedido do meu amigo. Ele pretendia entrar num clube de acesso muito reservado e limitado a um grupo muito reduzido de pessoas. Só que para o conseguir precisava de conhecer o código que lhe daria acesso. Por isso, contava com a minha ajuda para a decifração desse código.

Pelo que parece, o acesso ao clube em causa era feito de uma forma muito estranha. Os interessados em participar nas atividades do clube, deviam aproximar-se da porta, bater e aguardar que lhes fosse dada uma informação, enquanto eram controlados por uma câmara colocada sobre a porta. Em seguida, deveriam dizer algo e só seria aberta a porta caso a resposta dada correspondesse ao que era esperado. Caso contrário, não valia a pena tentarem de novo. Quer isto dizer que só lhes era dada uma oportunidade.

Na noite em questão, colocámo-nos num local estratégico perto da entrada do clube, onde conseguíamos ouvir tudo. Começamos por ver um indivíduo aproximar-se da porta e, com duas pancadas dadas com os nós dos dedos, bater na porta. Vimos ligar a luz verde da câmara e ouvimos uma voz dizer: “8”. De imediato, o indivíduo respondeu “4”. A porta abriu-se e ele entrou.

Ainda não tinha passado muito tempo e já outro indivíduo se aproximava e batia à porta com a palma da mão aberta, dando duas pancadas. A câmara voltou a ligar-se e ouviu-se: “24”. Resposta imediata: “12”. A porta voltou a abrir-se e o segundo indivíduo entrou.

Eu e o meu amigo entreolhámo-nos e, pelo olhar dele, percebi que já tinha uma ideia sobre o que fazer para entrar no clube. Enquanto isto, aproxima-se um terceiro indivíduo e tudo se repete: bate à porta com os nós dos dedos, três pancadas, a câmara liga-se e ouve-se a voz proveniente do interior dizer: “14”. Do lado exterior, ouve-se “7” como resposta e a porta abre-se.

O meu amigo, enquanto esfregava as mãos de satisfação, dizia-me: “Desculpa lá ter-te feito cá vir. Afinal não vou precisar da tua ajuda.”

“Tens a certeza?”, perguntei. “Não será melhor conversarmos sobre como se processa a entrada no clube?” Ainda não tinha terminado de falar e ele já ia na direção da entrada. “Obrigado, mas não é necessário.”

Fiquei a vê-lo chegar junto à porta e a bater com duas fortes palmadas. Sem saber bem porquê, estava com a sensação que ele se iria precipitar. Entretanto, a câmara ligou e ouviu-se: “30”. O meu amigo, rapidamente, respondeu: “15”.

E nada aconteceu. Ou melhor, até aconteceu. Aconteceu a porta não se abrir.

Depois de algum tempo, sem perceber muito bem o que tinha acontecido, o meu amigo afastou-se a murmurar: “Porque é que a porta não abriu? Eu tinha a certeza…”

“Pois…”, comecei por lhe dizer, “…devíamos ter falado antes e esperar que viesse mais alguém para tirarmos todas as dúvidas.” E acrescentei: “Agora já sei o que devias ter respondido!”

Será que o leitor também sabe?

 

A – 6

B – 9

C – 16

D – 19

 

© DANIEL FALCÃO