Publicação: “Público” Data: 9 de Setembro de 2018 Campeonato Nacional 2018 Taça de Portugal 2018 Provas
|
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2018 PROVA Nº 8 (PARTE II) A VIAGEM DE VERBATIM Autor: Zéfrey Em plena
Estação Central viviam-se os momentos de grande animação que precediam a
chegada de cada composição. No cais,
apinhado de gente de todas as origens, sentia-se a ansiedade de reencontros,
alguns passados muitos anos, décadas até. Num dos
cantos, destacava-se um grupo de alegres convivas, que repetiam os rituais
que eram usuais na recepção a cada novo membro.
Tinha sido assim com cada um deles, no momento da respectiva
chegada e faziam questão de o fazerem para cada novo companheiro que se
juntava ao grupo. O mais
expansivo era, como sempre, um indivíduo de barba branca, relativamente bem
cuidada, cabelo ralo e igualmente branco, usando óculos que não escondiam uns
olhos vivos e brilhantes. Era o Sete de Espadas, aquele que foi o mentor e
impulsionador de todo o movimento que culminou na criação e manutenção de
todo um grupo de companheiros irmanados no espírito de decifração de enigmas
policiários. Junto dele, o Detective Misterioso,
que dizia sempre ser de Cacilhas City, trocava
impressões com o Dic Roland e KO, sempre sob
observação atenta da Medvet, que não deixava
escapar nenhum pormenor e ia comentando com o Avlis
& Snitram, o M. Lima, o Rip
Kirby e o Detective Said. A eles se juntou, logo depois, o Dr Aranha, muito esbaforido por só ter sido avisado em
cima da hora: – Não há
direito, Sete, não tenho direito a saber as coisas a tempo e horas? – Ó Dr.
Aranha, estás cá, é o que importa! Além disso não
conheceste o companheiro que vamos receber, pois não? Ele ainda não estava
connosco quando tu partiste, pá! – Eu
também não o conheci. – reforçou o Detective Misterioso e por isso é que estava a questionar
o Sete, mas ele é casmurro… – Ora,
ora, deixem-se disso! – deitou água na fervura a Medvet, com a assertividade que se lhe reconhecia –
Estamos cá para dar as boas-vindas ao nosso confrade e não temos de estar com
estas coisas! – Olha,
olha, a Medvet no seu melhor! Agora já a estou a
reconhecer! Dava-me sempre cabo dos prémios de originalidade! Andava eu horas
a fazer soluções todas abonecadas e a Medvet… –
lamentava-se o KO, a “picar”. – Lá vem
o comboio! Tantos quilómetros que eu fiz, de convívio em convívio, lembras-te
Sete? Naquela altura era uma aventura, mas não falhava! – comentou
o M. Lima. – Até que enfim que vou deixar de ser o “maçarico”. Foi uma
maneira bem deselegante de me chamarem, só porque fui o último a chegar.
Quero ver se agora vão chamar o novo confrade da mesma forma. – rabujou o Rip Kirby, meio a rir, meio a sério. – Ó Avlis, diga alguma coisa, homem,
você aparece e vai embora sem se dar por si. Lembra-se dos convívios onde
íamos? Bons tempos! – desafiou o Detective
Said. – Sempre
gostei de conviver, sabe bem, mesmo quando estava a trabalhar no banco,
trocava a hora de almoço para ir à Tertúlia do Internacional, lembra-se,
Sete? Mas nunca fui de grandes conflitos – defendeu-se o Avlis. Entretanto,
o comboio imobilizou-se e o movimento da gare transformou-se numa espécie de
formigueiro, enquanto se abriam as portas da composição. Todos os olhos se
movimentaram em busca do rosto conhecido do novo confrade, que finalmente
assomou, procurando, também ele, rostos conhecidos… – Olhem
além, lá vem o Pedro Faria! – quase gritou o Dic Roland, sobrepondo-se ao alarido geral. – É o
Paulo Faria! – comentou o M. Lima, praticamente em
simultâneo… – Oh! É
o Nove/Verbatim – desabafou o Avlis
e Snitram. – Afinal
em que ficamos? – perguntou o Detective
Misterioso – quem é que está a chegar? – Calma
que já vamos esclarecer! – sentenciou o Sete de
Espadas, com um sorriso malandro… A –
Pedro Faria B –
Paulo Faria C –
Nove/Verbatim D –
Todas estão certas |
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
©
DANIEL FALCÃO |
|