Publicação: “Público” Data: 20 de Junho de 2010 Campeonato Nacional 2010 Taça de Portugal 2010 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2010 SOLUÇÃO DA PROVA Nº 5 (PARTE II) UM CRIME NO ALENTEJO Autor: Rip Kirby No meu quarto,
junto da minha cama, existe um relógio do tipo do usado neste problema. Uma noite destas,
ao entrar no quarto, vi o mostrador a piscar e isso deu-me a ideia para este
problema. Contudo tenho uma vaga impressão de que a ideia não é inteiramente
original, mas actualmente quase que é impossível encontrar algo que seja
verdadeiramente original. As velas, meio
consumidas, sobre a secretária no posto da GNR fazem-nos pensar que naquele
dia aconteceu um corte na corrente eléctrica na rede da zona. Essa convicção
mais se acentua quando ao chegarmos ao quarto da vítima vimos o relógio
eléctrico com o mostrador piscando, o que é sinal de que a energia faltou. Não é vulgar um
posto da GNR ser iluminado por velas pelo que é de acreditar que as velas que
lá vimos por altura do telefonema eram novas quando lá foram colocadas. Como
vimos, elas estavam meio consumidas, o que indica que elas estiveram acesas
durante cerca de duas horas. O mostrador do relógio piscando no quarto da
vítima marca 00:40, o que significa que a corrente eléctrica votou 40 minutos
antes. Considerando o
tempo calculado que as velas no posto da GNR estiveram a arder e a hora
marcada no relógio, concluímos que o corte de corrente teria durado cerca de
duas horas – o que é confirmado pela Fulgência, que não serviu o chá às
17h00, como de costume, por isso não ser possível. Naturalmente por estar às
escuras. Em Dezembro num dia de temporal às 17 horas praticamente já é noite. Esta explanação tem
por finalidade apenas justificar a resposta certa. Leonardo respondeu
que desde as 16h00 estivera na varanda observando a fúria da natureza. Pode
parecer uma resposta descabelada, mas eu muitas vezes, quando tenho
oportunidade, faço isso, pelo que considero uma resposta aceitável. Na
verdade, uma tempestade, embora perigosa, é digna de ser admirada. Paulo afirmou que
tinha chegado a casa cerca das 17h00 e já chovia a bom chover. Tomou um banho
e vestiu-se como nós o vimos. A roupa molhada, no quarto de banho, é a confirmação
daquilo que ele diz. Claro que isto não seria impeditivo para que ele fosse o
autor do crime, mas como não temos nada mais evidente deixamos este suspeito
em suspenso. Não encontramos
qualquer motivo para acusar a Fulgência, mas tal como no caso anterior também
nada impede que ela tenha a sua própria culpa. Finalmente o Vítor,
que afirma ter estado toda a tarde a fazer um trabalho no computador. Como
vimos, no quarto dele há um computador de secretária que precisa de energia
eléctrica para trabalhar. Portanto não
havendo energia desde perto das 17h00 concluímos que Vítor está a mentir;
logo, a solução certa deste problema encontra-se na alínea C — O Assassino
foi o Vítor. |
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DANIEL FALCÃO |
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