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ESCANDINAVA | F. Mateus Furtado QUEM TIROU OS PRESENTES? | Rigor
Mortis |
QUEM TIROU OS PRESENTES? Rigor Mortis Natal! Tempo
de família, de alegria, prazer e divertimento no abrir dos presentes, no
deliciar-se com o amor – ou mesmo apenas a amizade – de quem os ofertara, com
a excitação dos que os tinham recebido! Não naquele
Natal… Quando a
família se reuniu na sala de jantar, a imponente árvore de Natal num dos
cantos, o bem arranjado presépio noutro, ficaram todos estupefactos a olhar
para o vazio por baixo e aos lados da árvore… Todos os presentes tinham
desaparecido! Debaixo da árvore estava apenas um pequeno envelope… – O que é que
aconteceu?! – Quem é que
tirou dali os presentes?! – Que
diabo!... Mas quem é que fez isto?! As exclamações
brotaram de todas as bocas, caras espantadas, escandalizadas, revoltadas… – Que linda
brincadeira! – rugiu o avô. – Está bem! Já
percebemos a mensagem – neste Natal os presentes devem ser dados aos que mais
necessitam! Certo! Mas estes que aqui estavam eram para esta família! Magda,
Ruben, Clara, Berto, Diana! Como os adolescentes desta família, foi de
certeza um de vós a tirar os presentes da árvore, para enfatizar a mensagem!
Mas já chega! Amanhã tratamos disso, fica prometido, mas agora vamos lá
pô-los de volta! Os cinco
jovens deram um passo em frente, mas nenhum se acusou. – Ora, avô… –
disse a Magda. – Eu cá achei
bem! – disse o Ruben. – Foi uma bela
ideia! – disse a Clara. – Mas o que é
aquele envelope? – interrogou o Berto. – Dá-o ao avô!
– ordenou a Diana. Apanhando-o de
debaixo da árvore, o Berto entregou o envelope ao avô, que o abriu e leu o
que estava escrito na folha de papel que lá estava, escrito à máquina: “Natal é
quando cada um o quer! Mas é sempre o
tempo de se ser solidário, de ajudar os que precisam com aquilo de que eles
precisam mais – dinheiro, bens materiais ou simplesmente amizade e ternura! Fui eu quem
tirou os presentes da árvore: 141293372417512. Descubram quem
sou e devolvê-los-ei, contra a promessa de darem algo de igual valor a outros
que o necessitem mais. Mas se não
descobrirem quem sou, amanhã entregarei os presentes aos sem-abrigo. Tenho a
certeza de que, no fundo, todos ficaremos felizes com isso!” – Hummm… – resmungou o avô, coçando a cabeça. – O número
tem 15 algarismos… Os nomes destes cinco mafarricos têm todos
5 letras… E o texto tem 5 parágrafos… Está-se mesmo a ver!... Quem terá
tirado os presentes da árvore? A Magda? O Ruben? A Clara? O Berto? A Diana? Claro que cada
um dos presentes se apressou a aventar o nome do brincalhão… – Foi decerto
o Berto! – afirmou enfaticamente a Tia Guilhermina,
com voz gongórica. – É o que tem o sentido de humor mais retorcido… – Não, não!...
– contrapôs o Tio Ludovico – Não pode ter sido senão
a Diana. Ela está sempre com essas coisas de proteção dos pobrezinhos… – Disparate! –
disse a mulher do Tio Ludovico, abanando uma mão em
ar de desprezo. – A Diana era lá capaz de fazer uma coisa dessas! Quem tirou
os presentes foi o Ruben! – O Ruben?! Porquê?? – interpôs a Tia
Adelina, em tom ultrajado, ainda que com a sua voz meiga. Todos conheciam o
seu carinho pelo sobrinho Ruben… – Foi de certeza a Magda, que é a mais velha
dos cinco. – Acabem lá
com isso! – elevando a voz, o avô terminou com o
reboliço. – Foste tu,
não foste, Clara?… – adoçando a voz, o avô pôs a mão
na cabeça da Clara, com ternura. – Queres saber como o descobri?… – Os vossos
nomes, todos eles têm 5 letras. O texto também tem 5 parágrafos. O número
escrito no papel deixado na árvore de Natal só tem palavras e letras, para
além daquele críptico número de 15 algarismos… – Se o número
corresponde ao nome do autor da brincadeira, é lógico imaginar que cada 3
algarismos corresponderão a uma letra do nome. Separando os 15 algarismos em
grupos de 3, temos 141 293 372 417 512… – Como o texto
tem 5 parágrafos, também tem lógica supor que cada um dos cinco grupos de 3
algarismos corresponderá a um parágrafo – “141” ao 1º parágrafo, “293” ao 2º,
e assim por diante. E, de facto, o 1º algarismo de cada grupo de 3 segue
precisamente a ordem dos parágrafos: 1-2-3-4-5! – Se cada
grupo de 3 algarismos corresponde a um parágrafo e o 1º algarismo de cada
grupo determina precisamente a ordem do parágrafo, como estes aparecem no
texto, porque não assumir que o 2º algarismo de cada grupo determina a
palavra, pela ordem por que estas aparecem no parágrafo respetivo, e que o 3º
algarismo de cada grupo determina a letra nessa palavra? – O avô não evitou
um sorriso de triunfo… – Sendo assim: 141 293 372
417 512 Cada soLidário dA descubRam mAs C L A R A – Foste tu,
Clara, quem tirou os presentes da árvore, não foste? – concluiu
o avô. – Mas aposto que terão sido os cinco a terem a ideia! E foi o Natal
mais feliz de que todos tinham memória… Fontes: Blogue Local do Crime, 5 de Dezembro de 2024 Secção O Desafio dos Enigmas [198], … |
© DANIEL FALCÃO |
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