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ERA VÉSPERA DE NATAL | Arjacasa

 

ERA VÉSPERA DE NATAL

Arjacasa               

Numa pequena povoação transmontana coberta de neve as ruas estavam decoradas com luzes coloridas, e as pessoas reuniam-se em suas casas para celebrar a festividade.

No largo principal, a malta mais nova juntou um monte de troncos de árvore e já estava a arder a tradicional fogueira de Natal, onde depois do jantar se juntavam as pessoas para confraternizar, até que chegava a hora da Missa do Galo à qual ninguém faltava.

Estava uma noite mágica, como era habitual todos os anos.

Os filhos e os netos vinham de cidades e países distantes para passar a Consoada e o Natal com os pais.

As mulheres ainda atarefadas em ter tudo pronto davam os últimos retoques nas sobremesas, porque a refeição noturna estava pronta para toda a família que se reunia sempre naquela noite de Consoada.

Os homens tratavam da fogueira para que o calor familiar não fosse prejudicado pelo frio habitual da época.

As crianças também já tinham acabado de enfeitar a árvore de Natal e colocado as prendas debaixo dele e estavam muito felizes e ansiosas pela chegada da hora da abertura dos presentes.

Tudo parecia correr bem e todos estavam felizes.

No entanto, algo de sinistro aconteceu para abalar a tranquilidade do lugar.

A pacata povoação vivia em completa harmonia há anos, sem sequer um único crime registado. No entanto, naquela noite, um crime aconteceu. O corpo de um homem foi encontrado na sua casa, um local onde deveria prevalecer o espírito natalício.

O detetive Morgado, conhecido pela sua dedicação e capacidades de dedução, foi designado para investigar o caso. Sabendo que a data festiva estava prestes a chegar e que era importante trazer justiça à comunidade, decidiu começar suas investigações imediatamente.

A vítima, identificada como Roberto Ferreira, era um renomado escritor de livros infantis, conhecido por suas histórias encantadoras. Parecia inconcebível que alguém quisesse fazer mal a um homem tão adorado por todos na cidade.

Enquanto interrogava os moradores, o detetive Morgado, logo percebeu que todos tinham álibis sólidos para a noite do crime. Ninguém parecia ter motivo algum para maltratar o Roberto Ferreira ou prejudicar o espírito natalício da povoação.

No meio das pistas escassas, o detetive encontrou um cartão misterioso deixado na casa da vítima. Nele, havia uma mensagem enigmática escrita à mão: “Feliz Natal, mas cuidado com as mentiras que se escondem atrás do sorriso. A verdade encontra-se nas iniciais”.

Essa mensagem deixou o detetive Morgado intrigado. Começou a analisar todas as pessoas próximas da vítima, procurando por nomes que correspondessem às iniciais mencionadas. Logo, ele descobriu que apenas duas pessoas se encaixavam: Sara Teixeira, sua vizinha mais próxima, e Alfredo Martins, um amigo próximo.

Determinado a resolver o caso antes do amanhecer de Natal, o detetive convocou tanto Sara quanto Alfredo para interrogá-los separadamente. Ambos negaram qualquer envolvimento no crime, mas as suas reações nervosas levantaram suspeitas.

Após uma meticulosa análise da cena do crime e dos depoimentos dos suspeitos, o detetive Morgado finalmente desvendou o mistério. Roberto havia descoberto um segredo sombrio sobre a vida pessoal de ambos os suspeitos e, infelizmente pagou o preço por isso.

Sara e Alfredo, que estavam envolvidos num relacionamento secreto, eram os responsáveis pela morte do escritor. Eles temiam que a verdade viesse à tona e suas reputações fossem arruinadas.

Ao revelar suas motivações e provas contra os suspeitos, o detetive conseguiu trazer justiça à povoação naquela quadra de Natal. A comunidade, embora abalada, estava grata por ter o espírito natalício restabelecido e por saber que os seus lares estavam seguros novamente.

E assim, na véspera de Natal, o detetive Morgado entregou o verdadeiro presente para a pequena povoação: a tranquilidade de saber que o mal havia sido desmascarado e que a paz poderia reinar novamente, trazendo um Natal verdadeiramente feliz para todos.

Feliz Natal!!

 

Fontes:

Blogue Local do Crime, 20 de Janeiro de 2025

Secção O Desafio dos Enigmas [200], …

 

© DANIEL FALCÃO